"A morte da empatia humana é um dos primeiros e mais reveladores sinais de uma cultura à beira da barbárie"
"A morte da empatia humana é um dos primeiros e mais reveladores sinais de uma cultura à beira da barbárie"
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia; e se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos"
Fernando Teixeira de Andrade
"A razão por que se abre um livro para ler é a mesma por que se olham as estrelas: querer compreender. Mas não há nenhuma lei que obrigue as pessoas a levantar os olhos para o espaço ou a baixá-los para esse outro universo que é uma página escrita. Não há gosto sem curiosidade nem curiosidade sem gosto. Ler é uma necessidade que nasce da curiosidade e do gosto. Se não tens gosto nem curiosidade, deixa os livros em paz, porque não os mereces. Sempre haverá alguém para abrir comovido um livro, para querer saber o que está por trás das aparências.
Cada livro é uma viagem para o outro lado."
José #Saramago
"Cadernos de Lanzarote". Editora: Companhia das Letras -1997. #quotes #citas #citacoes #literatura
"Os dois males que estragam nossa existência são a nostalgia de um passado que não existe mais e a espera de um futuro que ainda não existe"
Luc Ferry
“The problem is no longer getting people to express themselves, but providing little gaps of solitude and silence in which they might eventually find something to say... What a relief to have nothing to say, the right to say nothing, because only then is there a chance of framing...the thing that might be worth saying.”
Gilles Deleuze
PERGUNTAS DE UM TRABALHADOR QUE LÊ
Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos livros estão nomes de reis; os reis carregaram pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída, quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a
edificaram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
quem os erigiu? Quem eram
aqueles que foram vencidos pelos césares? Bizâncio, tão
famosa, tinha somente palácios para seus moradores? Na
legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados
continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro? Felipe da
Espanha chorou quando sua frota
naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico Segundo venceu a guerra dos sete anos. Quem
partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes comemorativos? A cada dez anos
um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas informações.
Tantas questões.
Bertolt Brecht
"The merchants and banks are suspending and failing all the country over, but not the sand-banks, solid and warm, and streaked with blackberry vines"
( #Thoreau )
"É preciso convir, senhor, que o homem não é senão vicissitudes"
Sólon para Creso, em Heródoto.
> O silêncio é um grande auxílio aos que, como eu, buscam a Verdade. Na atitude silenciosa a alma encontra seu caminho sob uma luz mais clara, e o que é falso e ilusório transforma-se em cristalina claridade. Nossa vida é uma longa e árdua busca da Verdade, e a alma necessita de um repouso interior para elevar-se em total plenitude.
Gandhi, Truth is God, 1959, p. 53
"Pode-se dizer que um valor é absoluto para um homem quando ele está prestes a morrer por esse valor"
Pierre Hadot sobre Sócrates
“O verdadeiro herói, o verdadeiro objecto, o centro da “Ilíada”, é a força. A força que é manipulada pelos homens, a força que submete os homens, a força perante a qual a carne dos homens se retrai. Nela a alma humana surge incessantemente alterada pelas suas relações com a força; arrastada, ceifada pela força da qual julga dispor, curvada sob o constrangimento da força que suporta. Aqueles que sonharam que a força, graças ao progresso, pertencia ao passado, puderam ver neste poema um documento; aqueles que sabem discernir a força, hoje como outrora, no centro de qualquer história humana, lá encontram o mais belo, o mais puro dos espelhos.
A força — é o que torna quem lhe é submetido numa coisa. Quando é exercida até ao extremo, faz do homem uma coisa no sentido mais literal, porque faz dele um cadáver. Havia alguém e, num instante, não há ninguém. É um quadro que a “Ilíada” não se cansa de nos apresentar. (…)
Apesar da curta embriaguez causada durante o Renascimento pela descoberta da literatura grega, o génio da Grécia não ressuscitou nestes vinte séculos. Algo dele surge em #Villon, em #Shakespeare, em #Cervantes, em #Molière, e uma vez em #Racine. A miséria humana é posta a nu, a propósito do amor, na “École de femmes”, no “Fedro” [sic]; estranho século aliás, em que, ao contrário dos tempos épicos, só era permitido descobrir a miséria do homem no amor, enquanto que os efeitos da força na guerra e na política tinham de estar sempre envoltos em glória. Podíamos talvez citar mais alguns nomes. Mas nada daquilo que produziram os povos da Europa vale o primeiro poema conhecido que apareceu num deles. Talvez reencontrem o génio épico quando quiserem acreditar que nada está ao abrigo do destino, nunca admirar a força, não odiar os inimigos e não desprezar os infelizes. Duvidamos que seja para breve.”
Simone Weil, “A Ilíada, ou o Poema da Força”
“Somente quando uma comunidade adere ao mentir organizado por princípio, e não apenas em relação a particularidades, a veracidade como tal, sem o apoio das forças distorsivas do poderio e do interesse, se torna fator político de primeira ordem. Onde todos mentem acerca de tudo que é importante aquele que conta a verdade começou a agir; quer saiba ou não, ele se comprometeu também com os negócios políticos, pois, na improvável eventualidade de que sobreviva, terá dado um primeiro passo para a transformação do mundo.”
(Hannah Arendt, Verdade e Política)
"Le médecin est la seule puissance morale de ce siècle"
Nerval
“Tolerance becomes a crime when applied to evil”
Tomas Mann
“In youth we live as if we were immortal. Knowledge of mortality capers around us like a brittle paper ribbon that barely touches our skin. When in life does that change? When does the ribbon start twining around us tighter, until it ends by strangling us? How do we recognize its soft, but unrelenting pressure that makes us know it will never again subside? How do we recognize it in others? And how in ourselves?”
Night Train to Lisbon (2013)
Para as crianças há o professor que explica, para os jovens os poetas
(Aristófanes)
“Escrever é a única justificativa que encontro para estar vivo. Meus gestos cotidianos são vazios. Mesmo o amor e o sexo; o sexo dura muito pouco tempo. As outras coisas? Eu não tenho o dom de ganhar dinheiro; nem ambição de poder. Escrever é uma atividade inútil, mas, para mim, ainda é a menos inútil de todas e a que me faz continuar vivo. E qual a compensação de escrever? Uma frase boa que a gente cria, uma imagem, coisas assim, que agradam num momento e no dia seguinte já nos deixam insatisfeitos. O escritor troca a sua vida por nada.”
Dalton Trevisan
"N'ayez jamais peur de la vie, n'ayez jamais peur de l'aventure, faites confiance au hasard, à la chance, à la destinée.
Partez, allez conquérir d'autres espaces, d'autres espérances. Le reste vous sera donné de surcroît."
“It is something to be able to paint a particular picture, or to carve a statue, and so to make a few objects beautiful, but it is more glorious to carve and paint the very atmosphere and medium through which we look, which
morally we can do. To affect the quality of the day, that is the highest of arts. Every man is tasked to make his life, even in its details, worthy of the contemplation of his most elevated and critical hour.”
(Henry David Thoreau)